Oi Nutri,
Você já deve ter notado que fazer uma prescrição maravilhosa tecnicamente falando, definitivamente não assegura que o paciente faça 100% daquilo que você orientou, né?
Inclusive, salvo algumas exceções, que podem envolver o trabalho com nichos de atletas de alta performance ou mamães fazendo a introdução alimentar em seus bebês, a regra é que as pessoas tendem a desviar bastante do caminho ao longo do acompanhamento.
O tratamento começa e lá vamos nós de novo para o mesmo ciclo: o paciente sonha com o objetivo que o trouxe até você, mas percorrer o caminho que exige mudanças de vida e rotina até lá é demais para ele. Aí o comprometimento começa a descer ladeira abaixo.
Não há dúvidas de que a MOTIVAÇÃO é um dos temas mais em alta hoje em dia. Um exemplo disso é que muitos a veem como um meio para tornar sua carreira bem-sucedida, porque têm a convicção de que para crescer elas precisam se aprimorar e desenvolver novas habilidades. Então como podemos despertar esse nível de comprometimento dentro de cada paciente atendido? Todo mundo tem que encontrar a mesma motivação? Como motivar pessoas tão diferentes entre si?
Nosso ponto de partida é que existem dois tipos de motivação: a intrínseca e a extrínseca.
A motivação intrínseca é aquela que vem de dentro para fora. É o motivo interno que faz a pessoa fazer o maior esforço do mundo para mudar os hábitos. É um motivo forte, relevante na vida dela e importante para a conquista do tão sonhado objetivo. Sem esse motivo, ela não teria forças para mudar.
Às vezes, é o sonho de ser mãe, às vezes, é sobre aumentar autoestima e segurança pessoal, às vezes, é sobre se curar de uma doença…
Cada um tem seu motivo forte para gerar ações consistentes. Mas nem todo mundo sabe qual é, reconhece ou tem coragem para dizer. Acreditamos que nosso papel, como nutricionista, também é ajudar a pessoa a encontrar esse motivo, para criarmos conexão com o desejo e deixar o paciente mais consciente de suas ações.
A motivação extrínseca é aquela que vai de fora para dentro. E é tão importante quanto a intrínseca!
Por exemplo, uma pessoa que deseja emagrecer porque quer engravidar, não vai ter motivação interna suficiente se o marido não colaborar, não incentivar e ficar julgando as escolhas dela. O gelo dele pode apagar a chama da mudança dentro dela.
A motivação extrínseca pode ser inspiracional, quando o paciente olha pessoas ao redor dele que conseguiram o que ela deseja. Pode ser também aquelas super palavras de incentivo que você fala quando o paciente vem no consultório. Mas existe uma forma ainda mais efetiva para ativar a motivação extrínseca: a gamificação.
Gamificar é usar elementos de jogos durante o atendimento, para deixar as pessoas vidradas e estimuladas durante todo o processo. Assim como ficamos quando jogamos um jogo de tabuleiro, de cartas ou videogame. Mas, calma, antes de você ficar na dúvida, já te adianto que dá muito bem para usar a gamificação sem ficar infantilizado ou masculinizado, caso seu público não seja esse, beleza?
Essa prática está mais presente em nossas vidas do que muita gente imagina, programas de milhas e acúmulo de selos para ganhar prêmios de supermercado, são alguns exemplos. E, quando aplicada a nutrição, te ajuda a desenhar uma jornada de tratamento que favorece mudanças de comportamento e aumenta o compromisso dos pacientes com as metas e prescrições estabelecidas por você de forma envolvente.
Inclusive, temos um post detalhado sobre esse tema!
Nutri, eu sei que eu sou suspeita para falar, mas a Gamificação é um campo novo cheio de possibilidades de exploração. Muitas vezes, o que o seu paciente procura é a oportunidade de fazer algo diferente para alcançar os resultados. Pensando nisso, trouxe 5 motivos para você começar a usar a Gamificação nas suas consultas:
Resultados mais visuais: a Gamificação permite que você trabalhe com distintivos, tabuleiros, pontos, ranking. Todos esses elementos foram pensados para fazer com o que paciente perceba que está em movimento, mesmo que a balança ainda não mostre o resultado que ele deseja.
Efeito Vencedor: esse efeito consiste num ciclo. O paciente recebe um desafio que está alinhado às necessidades, desejos e capacidades dele. Não é tão fácil a ponto que ele não enxergue a importância, nem tão difícil que o faça desistir. É um desafio possível. Ele faz, neurotransmissores de felicidade e prazer são liberados, a sensação de vitória aparece, e o paciente se sente capaz de continuar cumprindo ações cada vez mais desafiadoras.
Inovação: apesar de estar crescendo nos últimos anos, a Gamificação ainda não é muito aplicada ao contexto nutricional. Construir um atendimento gamificado focado em resultado, motivação e divertimento gera UAU no seu paciente, que nunca viu nada parecido. Isso pode fazê-lo dar mais uma chance para o objetivo dele.
Flexibilidade: Gamificação NÃO é coisa de criança, apesar delas também serem um público. Existem 24 elementos, que organizados de forma eficaz e pensada para as pessoas que você atende, podem ser aplicados com todos os grupos de pacientes e gerar resultados. Além disso, não são só crianças que gostam de jogos, não é mesmo? Pense em quantos adultos e idosos você conhece que jogam algo no celular. É entretenimento. Um atendimento com essa pegada é muito mais leve e divertido.
A Lojinha da Nutri: uma outra forma de motivar as pessoas por meio da Gamificação. Os pacientes cumprem missões (desafios mais longos) e recebem moedas da Nutri para trocar por algo na sua lojinha. Podem ser e-books, conteúdos exclusivos, utensílios de cozinha, garrafinha… Quanto mais resultado o paciente acumula, mais moedas tem para fazer as trocas.
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Com Amor em Nutrir,
Mari Fazzi
